No domingo, dia 8 de março,
festeja-se o dia da Mulher!
Este dia deve-se às reivindicações de operárias de uma fábrica de têxteis,
em Nova Iorque, em 1857. Estas, revoltadas com condições de trabalho bastante precárias,
fizeram greve e manifestaram-se contra os salários baixos, o excesso de horas
de trabalho, e contra as más condições da fabris.
Durante a greve, deu-se um incêndio que causou a morte a cerca de 130
manifestantes.
Em 1903, profissionais liberais norte-americanas criaram a Women’s Trade
Union League. Esta associação tinha como principal objectivo ajudar todas as
trabalhadoras a exigirem melhores condições de trabalho.
Assim, em 1908, mais de 14 mil mulheres marcharam nas ruas de Nova
Iorque e reivindicaram o mesmo que as operárias no ano de 1857, bem como o
direito de voto. Nessa marcha, caminhavam com o slogan “Pão e Rosas”, em que o pão
simbolizava a estabilidade económica e as rosas uma melhor qualidade de vida.
Mais tarde, os Estados Unidos da América decretou o último domingo de fevereiro o Dia Internacional da Mulher. Foi comemorado, pela primeira vez, em 1909 e, pela última vez, no ano de
1913, pois, durante uma conferência mundial das organizações socialistas,
decorrida em Copenhaga (Dinamarca), a revolucionária alemã Clara Zetkin propôs
o 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher.
Convém que não nos esqueçamos da génese deste dia e que continuemos a
lutar, pois ainda há muito para fazer. Queremos, acima de tudo, que não haja retrocessos civilizacionais!
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Fica aqui um poema de Vinicius de
Moraes, dedicado a todas as mulheres corajosas e determinadas que, quando é
preciso, se transformam em “feras sem perder a sua graça”!
MULHER
AH! Que a mulher
dê sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com o seu sorriso e as suas tramas.
Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente
e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita
volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Se transforme em fera sem perder sua graça de ave.
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