ESCOLA
BÁSICA DE BRAGA OESTE LEMBRA OS 75 ANOS DO FIM DO HOLOCAUSTO
“Chegamos à
meia-noite. Havia um silêncio mortal e a vista era aterrorizante”,
descreve o sobrevivente Ferster quando relembra suas sensações ao pisar no
primeiro campo de concentração da sua vida. “Podíamos ver, à distância, a
fumaça que saía de quatro chaminés. Não me dei conta na época, de que eram crematórios”.
O Subdepartamento de História, da Escola Básica de Braga
Oeste, assinalou o dia 27 de janeiro, “Dia da Lembrança das Vitimas do Holocausto”, com várias exposições e com a realização de uma
palestra, para os alunos do 9º ano, professores e funcionários da escola.
Como se sabe, este dia marca a libertação do
campo de concentração de Auschwitz, em 1945, pelo Exército Soviético, há 75
anos, motivo pelo qual em 2005 foi instituído esse dia, pela Assembleia Geral
das Nações Unidas.
Pretende-se “lembrar para jamais repetir!” Como disse Anne Frank, uma das vítimas mais conhecidas do Holocausto, “o
que é feito não pode ser desfeito, mas podemos prevenir que aconteça
novamente.”
O
conferencista, Dr. Jorge Alberto Brandão, especialista nesta temática proferiu
uma brilhante palestra intitulada “Holocausto
– Não Esquecer!”. A abertura desta palestra foi efetuada pela diretora
da escola, Cândida Ferreira, que fez a apresentação do convidado e destacou a
importância deste dia ser sempre lembrado, para que
a memória não se apague, e para que atrocidades deste tipo não voltem a
ocorrer! Jorge Brandão conseguiu captar a atenção dos
alunos e de todos quantos assistiram a esta sessão, de cerca de 90 minutos,
explicando de forma acutilante, todo o processo que conduziu à “Solução
Final!”.
Destacou o excelente
papel, na tentativa de identificação das vítimas do Holocausto, que pode ser
acompanhado no site “www.yadvashem.com”, da responsabilidade do Yad Vashem, a
“Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto”, que é a
entidade que, em Jerusalém, estuda esta temática e que tem entre outras
valências um Museu (Museu Histórico do Holocausto), com inúmeros objetos e memórias dos
prisioneiros dos campos de concentração.
Enfim, em 90 minutos
foi traçado um cenário de horror, de frieza, de calculismo próprio de
verdadeiros psicopatas, que levou ao extermínio de milhões de pessoas. É claro
que houve outros genocídios, como o “Holodomor” e muitos outros! Mas, o
importante é perceber que estas vítimas não morreram em vão e é preciso que o
seu exemplo perdure para que a Humanidade tenha consciência do que a
intolerância, a ganancia, o racismo e a xenofobia podem acarretar.
No final da sessão, os
alunos colocaram várias questões tendo-se verificado um debate muito vivo e
interessante. Segundo a aluna Lara Noversa do 9ºD, “É impressionante a forma
como estava tudo organizado por símbolos, por exemplo todos os grupos tinham um
símbolo com uma cor que os distinguia dos outros. Os cabelos de homens e
mulheres eram rapados e os que permanecem lá seriam tatuados com um número que
era assim dizendo a sua identificação...É triste e arrepiante saber que as
primeiras vítimas eram crianças! Desde bebés até adolescentes. Ouvir histórias
de adolescentes da minha idade que eram mortos por serem judeus ou porque
alguém da sua família era judaica é simplesmente repugnante.”
Para além desta palestra e das exposições, montadas em vários espaços da escola, foram colocadas imagens alusivas aos 75 anos do fim do Holocausto, em todas as salas de aula da escola, para sensibilizar toda a comunidade escolar para este trágico acontecimento.